Sou inteira demais pra viver de pedaços

"Hoje acordei inteira. Migalhas? Pedaços? Não, obrigada. Não gosto de nada que seja metade. Não gosto de meio termo. Gosto dos extremos. Gosto do frio. Gosto do quente (depende do momento.) Gosto dos dedinhos dos pés congelados ou do calor que me faz suar o cabelo. Não gosto do morno. Não gosto de temperatura-ambiente. Na verdade eu quero tudo. Ou quero nada. Por favor, nada de pouco quando o mundo é meu. Não sei sentir em doses homeopáticas. Sempre fui daquelas que falam "eu te amo" primeiro. Sempre fui daquelas que vão embora sem olhar pra trás. Sempre dei a cara à tapa. Sempre preferi o certo ao duvidoso. Quero que se alguém estiver comigo, que esteja. Mesmo que seja só naquele momento. Mesmo que mude de idéia no dia seguinte."

(Fernanda Mello)

Migalhas? Por uma acaso eu sou algum bicho irracional para viver de migalhas?. Pedaços? Se eu sou inteira feita de carne e osso, porque eu me contentaria com pedaços?. Sou é furação, emoção, sou quantas você puder imaginar. Agora imagine só se eu conseguiria viver de metades, ausências e desculpas por muito tempo? Pedaços e migalhas, assim como mentiras sinceras não me interessam. Não quero ser um peso na vida de ninguém, estou cheia de falas promessas, farta de pessoas de mentiras, e cansada de esperas que nunca chegam. Eu gosto mesmo é de viver nas altitudes, viver a vida com seus riscos, não me importo se depois de algum tempo eu cair, o importante foi que eu voei, mesmo que tenha sido apenas por alguns instantes. Eu tenho é pena daqueles que não tiram o pé do chão por medo de cairem. Me diz pra que eu vou passar a vida inteira respirando se perder o fôlego de vez em quando é muito mais emocionante.

(Bruna Jacomini)